Fundos abutres sobre a Argentina, arma dos Estados Unidos em uma guerra energética com a Rússia?

A crescente tensão dos fundos abutres sobre a Argentina poderia ter relação com os planos de Buenos Aires de desenvolver, com a ajuda da Rússia, a segunda maior reserva mundial de gás de xisto, opina um analista geopolítico.

A reportagem está publicada no sítio espanhol da cadeia de televisão RT, 28-10-2014. A tradução é de André Langer.

Não é nenhum segredo que a existência de grandes reservas de energia poderiam ser a causa da ingerência por parte de países Ocidentais, posto que a história conhece muitos exemplos de tais casos. Por esta razão, a Argentina – que depois da China tem a segunda maior quantidade de gás de xisto recuperável – poderia ser o próximo objetivo dosEstados Unidos, que, praticando o “terrorismo econômico”, como o definiu a presidenta da Argentina durante o seu discurso na 69ª Assembleia Geral e no Conselho de Segurança da ONU, através de seus fundos especulativos procura frear o desenvolvimento econômico do país, escreveu em um artigo de opinião para a RT o analista geopolíticoMadhi Darius Nazemroaya.

As relações entre a Argentina e os Estados Unidos são cada vez mais tensas, assinalou o autor. A presidenta argentina, Cristina Fernández de Kirchner, criticou fortemente as atividades dos fundos abutres na ONU e indicou que as sentenças do juiz de Nova YorkThomas Griesa, “não são um movimento isolado”, mas fazem parte de uma estratégia bem calculada “pelo fato de que os abutres se parecem muito com as águias dos impérios”, alusão à águia calva, símbolo nacional dos Estados Unidos.

Ao mesmo tempo, a Embaixada dos Estados Unidos em Buenos Aires emitiu uma advertência de segurança para os cidadãos estadunidenses que querem viajar à Argentina ou já estão no país, e Cristina Fernández de Kirchneracusou Washington de conspirar para derrubar o seu Governo eleito democraticamente ou inclusive para livrar-se dela. “Se algo me acontecer, que ninguém olhe para o Oriente; olhem para o norte, por favor”, alertou a presidenta durante um programa de televisão no dia 30 de setembro.

Enquanto isso, em julho passado, no marco do seu giro pela América Latina, o presidente russo Vladimir Putin, declarou que a Argentina “é um dos sócios mais importantes da Rússia na América Latina”. As delegações de ambos os países assinaram uma série de documentos importantes, alguns deles no campo da energia, uma das áreas com mais perspectivas da cooperação bilateral.

No começo de outubro, Buenos Aires e Moscou contemplaram a produção conjunta dentro da Argentina, o abastecimento por parte da Gazprom e a exploração de gás não convencional. A ministra da Indústria da Argentina,Débora Giorgi, e o presidente da gigante estatal russa GazpromAlexei Miller, discutiram a possibilidade de implementação de projetos conjuntos e chegaram a um acordo sobre a cooperação da Gazprom com a empresa estatal argentina YPF. A Argentina também está interessada na cooperação com a Gazprom para a exploração de hidrocarbonetos não convencionais, como o gás de xisto, tanto na plataforma continental como na sua fronteira com oChile.

Enquanto a Rússia está disposta a ajudar a Argentina a desenvolver sua economia, os Estados Unidos se esforçam para continuar a pressioná-la, desestabilizar ainda mais a economia argentina para o seu próprio benefício e impedir que o país avance convertendo-se em um exportador de energia, conclui o analista.



Articles Par : Mahdi Darius Nazemroaya

A propos :

An award-winning author and geopolitical analyst, Mahdi Darius Nazemroaya is the author of The Globalization of NATO (Clarity Press) and a forthcoming book The War on Libya and the Re-Colonization of Africa. He has also contributed to several other books ranging from cultural critique to international relations. He is a Sociologist and Research Associate at the Centre for Research on Globalization (CRG), a contributor at the Strategic Culture Foundation (SCF), Moscow, and a member of the Scientific Committee of Geopolitica, Italy.

Avis de non-responsabilité : Les opinions exprimées dans cet article n'engagent que le ou les auteurs. Le Centre de recherche sur la mondialisation se dégage de toute responsabilité concernant le contenu de cet article et ne sera pas tenu responsable pour des erreurs ou informations incorrectes ou inexactes.

Le Centre de recherche sur la mondialisation (CRM) accorde la permission de reproduire la version intégrale ou des extraits d'articles du site Mondialisation.ca sur des sites de médias alternatifs. La source de l'article, l'adresse url ainsi qu'un hyperlien vers l'article original du CRM doivent être indiqués. Une note de droit d'auteur (copyright) doit également être indiquée.

Pour publier des articles de Mondialisation.ca en format papier ou autre, y compris les sites Internet commerciaux, contactez: [email protected]

Mondialisation.ca contient du matériel protégé par le droit d'auteur, dont le détenteur n'a pas toujours autorisé l’utilisation. Nous mettons ce matériel à la disposition de nos lecteurs en vertu du principe "d'utilisation équitable", dans le but d'améliorer la compréhension des enjeux politiques, économiques et sociaux. Tout le matériel mis en ligne sur ce site est à but non lucratif. Il est mis à la disposition de tous ceux qui s'y intéressent dans le but de faire de la recherche ainsi qu'à des fins éducatives. Si vous désirez utiliser du matériel protégé par le droit d'auteur pour des raisons autres que "l'utilisation équitable", vous devez demander la permission au détenteur du droit d'auteur.

Contact média: [email protected]